EUCLIDES DA CUNHA-BA: COMOÇÃO E MUITA TRISTEZA NO SEPULTAMENTO DE ORLANDO MOTA FERREIRA
29/11/2018 19:29Euclides da Cunha viveu mais dois dias de sentimento profundo, ainda causado pelo trágico acidente do último domingo, dia 25 de novembro, quando cinco jovens componentes da Banda Musical Faneob – Fanfarra do Educandário Oliveira Brito, perderam a vida num gravíssimo acidente de trânsito, fato ocorrido no KM 283 da BR 116/Norte (Santos Dumont), no Município de Santa Bárbara, quando se dirigiam para mais um concurso de bandas e fanfarras na cidade de Antônio Cardoso, na Região Metropolitana de Feira de Santana, quando faltava pouco mais de uma hora de viagem para chegarem ao local do evento, onde disputariam vaga para a final do Campeonato Estadual de Bandas e Fanfarras 2018, com todas as chances de conquistar o 5º título de campeã, fato repercutido em todos os veículos de comunicação do Brasil.
Orlando Mota Ferreira, condutor do ônibus “amarelinho” da Secretaria Municipal da Educação de Euclides da Cunha trafegava em sua mão de direção, quando numa malfadada manobra de uma carreta que trafegava em sua mão de direção, mas no sentido contrário, tentou uma ultrapassagem – suspeita, a princípio, levantada pela Polícia Rodoviária Federal – e atingiu, em cheio o coletivo que foi arremessado para fora da autoestrada e tombou em um barranco.
Orlando fazia uso do cinto de segurança, mas como todo o impacto da colisão aconteceu do seu lado, ficou preso entre as ferragens, havendo a necessidade de uso de equipamentos especiais pela equipe de resgate, para que pudesse ser socorrido, o que levou algum tempo, o suficiente para agravar o seu quadro clínico de saúde, já que a distância a ser percorrida pelos socorristas Corpo de Bombeiros e Samur levariam, ao menos, 30 minutos para chegarem ao local do acidente.
Diante do estado gravíssimo em que se apresentava, foi socorrido para o Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana. Desde as primeiras informações, as notícias eram sempre sobre o estado gravíssimo de Orlando, que certamente passaria por procedimento cirúrgico que implicavam na amputação de perna, que houve grande perda de sangue, entre outras complicações apresentadas.
Nas primeiras horas da noite de domingo, quando notícias desencontradas divulgadas em grupos de WhatsApp, redes sócias, etc., surgiu um fio de esperança que dizia que seu estado de saúde era gravíssimo, que os médicos só poderiam dar informações sobre o paciente depois de 48 horas, que já havia sido operado e se encontrava na UTI-Unidade de Terapia Intensiva, e a corrente de orações se formava pelo restabelecimento da saúde de Orlando.
Seus familiares, todo o bairro da Nova América, onde residia, todos seus amigos e colegas de profissão e de trabalho, toda a cidade torcia para que não se tivesse mais nenhuma vítima fatal, pois as perdas sofridas já haviam ultrapassado o limite da dor, do sofrimento de uma cidade e de outras tantas que também lamentavam o trágico acidente. Este repórter recebeu várias mensagens de pessoas amigas de, Salvador, Olindina, Nova Soure, Ribeira do Pombal, Tucano, Quijingue, Cansanção, Monte Santo e Uauá, que queriam saber sobre o fatídico acidente. Nosso diretor e editor Jaciel Correia atendeu vários pedidos de informações de veículos de comunicação de Salvador, rádios, jornais e TVs, que queriam saber sobre as vítimas, impacto da notícia do acidente junto à população, etc.
Mas infelizmente, a precaução da equipe médica que havia atendido a Orlando, que esperava por pelo menos 48 horas para divulgar um boletim médico sobre o paciente, diante da gravidade do caso, veio de maneira inversa, com a informação da morte do paciente, nesta terça-feira, quando se esgotavam, talvez, os 2.880 minutos mais longos e de esperança, que poderiam vir com mensagem alentadora dada por quem cuidava de Orlando.
Assim que a triste notícia chegou aos familiares e, destes, para os amigos, dezenas de pessoas acorreram para a casa de Orlando para se solidarizar e confortar seus familiares. A residência da Rua Fulgêncio de Abreu se multiplicou, com todos querendo saber se o corpo já havia sido liberado pelo serviço funerário do nosocômio, a que horas chegaria, se já tinha o horário para ser sepultado, etc., ansiedade, tristeza, sofrimento, mais um para aumentar a dor da perda de mais uma vida, que transportava vidas jovens que iriam promover uma tarde de primavera de muita alegria em outra cidade distante pouco mais de 240 km de Euclides, para onde voltariam com mais troféus e conquista, pois haviam ensaiado muito, focados neste evento, que foi suspenso temporariamente, sem data marcada para recomeçar, pela Liga Baiana de Bandas e Fanfarras, promotora do campeonato. Aliás, assim que os organizadores do evento foram avisados do acidente e gravidade do ocorrido, uma homenagem foi feita pela população de Antônio Cardoso que já se encontrava na praça, à Faneob, e divulgada uma nota de pesar e suspenção do evento.
Nesta quarta-feira (28), o corpo de Orlando deixou sua residência, onde foi velado, e seguiu em cortejo formado por um longo comboio de ônibus “amarelinhos” conduzidos pelos colegas de trabalho, automóveis, motos e centenas de pessoas que seguiam a pé pela Av. Cel. Almerindo Rehem, Av. Ruy Barbosa, Praça da Bandeira, onde pessoas acompanhavam das calçadas, até o Cemitério Municipal de São José, onde sob intenso clamor foi sepultado no jazigo da família, às 10h18. Gritos, choro incontido, desespero marcaram o momento em que o caixão, sob fortes aplausos, baixou sepultura e as primeiras pás de terra foram lançadas na cova.
Foi de cortar coração ver crianças e jovens, principalmente, em tamanho desespero, naquele momento do adeus final ao ente querido que partia para o plano superior, e a todos seus amigos e colegas de trabalho e profissão. Autoridades do Município, Dr Luciano Pinheiro e Bolivar Francisco Alves, respectivamente prefeito municipal e presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Euclides da Cunha, presentes ao funeral, levaram solidariedade cristã à família enlutada.
Numa rápida conversa com este repórter, Dr. Luciano Pinheiro falou que está sendo informado diariamente sobre o quadro clínico das outras vítimas que se encontram internadas no Hospital Clériston Andrade e HGE em Salvador. “A recomendação é que não falte apoio das Secretarias da Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social aos acidentados e suas respectivas famílias”, disse o prefeito.
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Fonte: José Dilson Pinheiro - euclidesdacunha.com
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