PROVIDÊNCIAS PARA JUMENTOS CONFINADOS REÚNEM AUTORIDADES E ONGs NACIONAIS E INTERNACIONAIS EM E. DA CUNHA-BA: SOLUÇÃO NÃO SERÁ FÁCIL

13/03/2019 00:16

Foto: José Dilson Pinheiro-Arquivo/euclidesdacunha.com

Workshop realizado em Euclides da Cunha, reúne várias Ongs do Brasil e de outros países, juntamente com profissionais de várias áreas, para debater a situação dos jumentos no Nordeste e, em especial, os animais que se encontram confinados em uma fazenda no município de Euclides da Cunha, em situação precária, onde centenas de animais já morreram de fome.

Dos mil jumentos acolhidos, mais de 300 já morreram, segundo informações do locador da fazenda, quando o caso veio à tona, e foram sepultados em valas abertas na própria fazenda, cujo proprietário fez um contrato de locação com duração de três meses, de parte da propriedade, com a empresa chinesa Ciufeng Lin, e o restante, cerca de 694 animais que sofreram maus-tratos se encontram em situação precaríssima, com risco iminente de morte, transmissão de doença infectocontagiosa para outros animais e até mesmo para humanos. A empresa chinesa exporta carne e pele de jumento para países asiáticos, China e Vietnã, principalmente, onde a pele do animal é muito mais valiosa que a carne, pois é matéria prima usada pela Medicina Popular Asiática, MTC, na China, vendida como “estimulante sexual’, principalmente.

Extremamente lucrativo para os chineses da Ciufeng Lin, a exportação de pele de jumento, certamente é um altíssimo negócio, pois é comercializada no exterior, com variação de preço de US$ 2 mil (dólares) a 4 mil, enquanto esses animais são comprados por preço que varia entre R$ 20,00 até 100 reais, por cabeça, segundo informação contida no relatório apresentado por Patrícia Tomemoto (USP/SP), na abertura do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, com o apoio da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos. 
 

Médicos veterinários do Reino Unido foram enviados do México para Euclides da Cunha, além zootécnicos de São Paulo (USP), especialistas em análise laboratorial, representantes de Universidades: Federal do Ceará, de Alagoas, de outros países, todos empenhados em salvar o que resta do rebanho confinado, agora, sob a responsabilidade do governo, já que o Inema –Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos está responsável pelos animais. 
 

A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, também deve investigar como esses animais entraram no Estado, já que dezenas deles tem como origem, os Estados do Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, sem apresentar o GTA - Guia de Trânsito de Animal, DTA- Declaração de Transferência Animal, documentos indispensáveis que devem ser apresentados nos postos de fiscalização sanitária. 
 

Segundo a ADAB, “o contrabando de animais traz sérios danos ao sistema de vigilância veterinário oficial do País, por cercear o controle e rastreamento dos animais para debelar eventuais focos de epidemias”. 
 

A princípio, a solução definitiva para o problema não será imediata, pois não há recursos financeiros suficientes para dar suporte aos gastos com remédio, alimentação, vitamina, que tem custo diário de R$ 1.000,00 e toda a logística necessária empregada na recuperação da saúde dos animais extremamente debilitados. Alguns terão que passar pelo processo de eutanásia, já que não apresentam mais sinais vitais de que podem se recuperar. O processo foi judicializado, o abate de jumentos foi suspenso no estado da Bahia e em todo o Nordeste brasileiro, por medida liminar, que pode ou não ser aceita pelo magistrado que vai julgar. A solução para o problema pode demorar muito mais do que se imaginava. 

Ele, o jumento, símbolo e exemplo de resistência nordestina, grande amigo do homem do campo, que serviu de inspiração para o eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga, poetas e cantadores nordestinos, por muito pouco, em época não muito distante, não foi totalmente extinto, também para atender interesses comerciais com países asiáticos, agora, vive um novo temor de se acabar definitivamente, por causa da ambição do homem pelo lucro e o descaso de governantes insensíveis, vão continuar morrendo, apesar de todo o esforço de organizações não governamentais que atuam em defesa dos animais.

 

 

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Fonte: José Dilson Pinheiro - euclidesdacunha.com. 

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